Sunday, March 25, 2007

Ando tão carente de poesia... Principalmente da minha poesia.

Tá no livro que a cris me deu: "Pergunte a si mesmo, na hora mais silenciosa da madrugada: 'Preciso escrever?' Se o senhor poder enfrentar essa pergunta grave com um forte e simples 'Preciso', então o senhor deve basear sua vida nessa necessidade."

Gostei mesmo desse livro do Rilke, é como um manual.

Tenho sentido uma necessidade tão grande de escrever...
Continhos como esses saciam a minha sede.

"Melancólico e trsite como poetas romanticos"
realmente considerei um elogio ^^


brigadão paulinha! o/

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Acordou-se num susto. A clareza dos fatos em sua mente era semelhante a escuridão do quarto, e ambas eram assustadoras. Retornou a deitar, e percebeu soluçando o quão enxarcado estava seu travesseiro... Desistiu da cama. Abriu a janela da varanda e se sentou. Pensava em tanta coisa que não tivera chance de dizer... Sentia raiva de tudo que havia acontecido. Uma raiva quase insana. "Não é justo!" pensava aos prantos... Mas o que de fato era ?

Sentiu-se sozinha. Como se tudo houvesse morrido pra ela. Como se o chão não estivesse mais sob seus pés. Sentiu-se tonta, e chorou ainda mais. Queria que alguem pudesse vir abraça-la, queria ouvir que estava tudo bem... "essas coisas acontecem, é natural." Queria crêr que agora ela estaria em um lugar melhor, como dizem. Mas o único lugar que ela devia estar era ali, do seu lado, velando seu sono como antigamente. Isso soava em sua cabeça como uma obrigação, embora tivesse plena conciência de que isso era uma idéia absurda! Absurda e egoista.

Uma musica parecia soar em sua cabeça... Como se sussurrada por uma voz conhecida. Como se ela ainda estivesse sonhando... Aquela melodia a fez suspirar e se sentir quente. Atingiu um estado de torpor e finalmente cessou seu choro, embora ainda soluçasse bastante... Sentia-se mais aliviada, apesar de poder ver claramente a tristeza sentada ao seu lado.

Se acalmou... Pode então notar a noite linda que fazia, e perceber que estava muito frio pra ficar no sereno de camisola. O céu estava limpo, cheio de estrelas, e parecia vir de lá a única luz que iluminava a cidade. De certa forma isso à relaxou um pouco...

Voltou a sentar. O vento parecia soprar diretamente em seu rosto, enxarcado de lágrimas... Parecia querer enxugá-lo. Era como se a noite a abraçasse em consolo. Como se um anjo descesse da fria noite para levar embora a tristeza. Um anjo estranhamente familiar...

Finalmente sentiu-se forte para voltar pra cama.

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Calvin, amado!!!
coisa mais linda q tu escreveu!!!
amei, e jah te falei neh, me senti lisonjeada!
Se eu puder te ajudar de novo, estamos ai!!!

Tu eh o cara calvin! sabe usar as palavras, ficou mtooo lindo o conto!!!

bju bju bju bju!!!!!!

8:16 PM  
Blogger Unknown said...

uhhh!!! sério mesmo, meu, não sei como é q tu consegue escrever essas coisas... tu é o cara, calvin!
muito bons esses teus contos :D

8:38 PM  
Blogger avec ou sans caféine said...

Sim, é uma vergonha eu não ter comentado aqui. Tentarei redimir-me.

Cara, já falei que tu tens que fazer Letras :p Tu escreve muito bem. Teu conto me fez lembrar as aulas de Escrita Criativa, tu ia amar.

O que é literatura? hehehehehe

Sério, muito bom! Esses contos têm que ser mais mostrados ^^

Beijão, menino!

8:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

ouunn

que coisa foooofaa

esse foi o que eu mais gostei..
^^
eu não conseguiria escrever nem metade da metade disso
AUIEaiuehaIUHUIAwe

Calvin, o poeta
iUAHIuheiaUEAiuhe

Ti Amo amooor

1:18 PM  
Anonymous Anonymous said...

"O céu estava limpo, cheio de estrelas, e parecia vir de lá a única luz que iluminava a cidade. De certa forma isso à relaxou um pouco..."

Aqui "vende-se silêncio em leilões de palavras" como em poucos lugares.

Simplesmente belo, adorei o conto. Se puderes me dizer o nome do livro do Rilke, agradeço.

Abraço!

10:59 PM  
Anonymous Anonymous said...

Meu flog:
www.fotolog.com/cidadederefugio

\o.

11:01 PM  

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