Sunday, March 23, 2008

É impressionante a capacidade que algumas pessoas têm de se fazer importantes na nossa vida.

A gente acaba dependendo delas. Tornam-se parte de nós. Aquele membro extra que nos apoia quando a gente cai, entre outros clichés parecidos.

Não é dessas pessoas que quero falar.

Quero falar daquelas que nos obrigam a afastá-las, que nos diminuem, que nos pesam e que nos atrasam.

Eu gosto de muita gente. Sério, muita gente mesmo! Muita gente...

A gente nota quando há afinidade, e afinidade é algo bem comum. Ao menos pra mim é.

E aí a gente se conhece, a gente conversa, se conhece melhor, se encontra, se abraça, começa a sair junto...

E então acaba.

Acaba, sabe? É como se a amizade fosse um brinquedo novo que nos fascina, mas torna-se um fardo com o tempo.

- CALVIN, TU ME ENXEU O SACO PRA EU COMPRAR ESSE CARRINHO, AGORA TU VAI BRINCAR COM ELE!

É triste, mas isso acontece bem seguido.

E o que a gente faz, normalmente? A gente mente. Omite. Finge que está tudo bem. Porque na maioria das vezes, torna-se indiferente pra nós. Torna-se uma rotina que é um pouco desconfortável, mas tão pouco que quase não nos incomoda.

Mas o que acontece do outro lado? Como se sente o brinquedo que deixamos pra trás? O que fazemos com o brinquedo que ignoramos num canto porque já não nos dá prazer, já não nos dá vontade, já não nos atrai?

As vezes a gente ama sozinho. Sente uma saudade mortal de alguem que já nem se importa. Vê uma importância única em alguem nunca nos teve tão perto. Vê-se completamente dependente de alguem que não pode ter. Vira um brinquedo velho.

Todos estamos fadados a sermos a criança, e o brinquedo.

Melhor para ambas as partes se desligarem, doarem-se pra outrem, procurarem na multidão alguem que não seja um brinquedo e nem que brinque conosco, mas que seja protagonista da nossa própria brincadeira.

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É um recado pra todos que vivem a distância, que vêem no abraço um luxo, e no beijo luxúria.

Renovem-se.

5 Comments:

Blogger adriana. said...

É o tipo de coisa que gosto de ler. E é bom saber que você sabe escrever assim também.
O que você escreveu não se aplica só a amigos, se aplica a muita coisa na vida. É como ler Cartas a um jovem poeta, entende? O que o Rilke diz não é só pra algum jovem poeta tentando criar, mas também pra uma pessoa tentando viver. Não que você seja um Rilke, né meu bem? Hehehe. Mas tu entendeu...

Que os dias de solidão cheguem pra você.
Beijo.

9:56 PM  
Anonymous Anonymous said...

Mas o que é que eu vou comentar se a Adriana roubou todas as minhas palavras?
Então fica apenas minha felicidade por ter ver escrevendo. E também minha infelicidade por não poderfazer um comentário melhor.
É que as palavras só se entregam a quem as domina. Como acontece com o prototipo de elfo que é meu poetinha (no sentido carinhoso da coisa) preferido.
Beeeeijo Calvin!

6:48 PM  
Blogger Mademoiselle Cristiana said...

mais, qu'est-ce que je peu te parler?

eu sei como é isso, tu já leu o sofrimento do jovem werter?acho q sim, tem uma parte bem triste sobre isso, sobre como a gente some rápido, mesmo quando a gente julgava q era importante.

Mas sabe, depois de um tempo eu aprendi a lhe dar um pouco melhor com isso, ainda que pareça um imenso abismo, e que me dê vontade de chorar até morrer...
pricipalmente quando se percebe q a gente foi o brinquedo, e q já n tem mais o brilho que parecia ter...triste, non?
mas sabe o q me alegra são pessoas como tu, que eu nunca vo enjoar, e q minha alma vai estar sempre junta, e por isso eu morreria sabendo que é verdade...


nem sei o q comentar,mas né?


je t'aime, avec tout mon coeur, je t'aime bien plus que ma vie

8:50 PM  
Blogger Unknown said...

É... são coisas da vida mesmo, todos tem tem seus brinquedos e suas crianças =]

hum... bom ver teu blog atualizado, Elfo =D

que tal uns contos? pode usar o Dilatador pra alguns, ele tem potencial! =D

amo =@@@

8:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

é tão triste quando somos brinquedos e por uma razão qualquer acabamos sendo jogados em um canto...
e quando somos crianças e as vezes jogamos os brinquedos,os quais enjoamos e desprezamos sem querer.
o q é pior??
particularmente os dois!!
nessa situação se tu és o brinquedo,és desprezado e se tu és a criança sente remorso.
aff..aff...
melhor então é amar e ser amado com a mesma intensidade,sem culpa de ter esquecido um dia teu "brinquedo"ou de ter sido um, sem ao menos saber,pq?!
confuso,não??
bonito isso e um tanto sensível!
fazia tmp q não postava aqui,feliz por ler coisas novas ^^

bjuu anjo poeta!

10:48 PM  

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