Sunday, September 24, 2006

Onde estas ? Onde te escondes ?
Ah! se eu te pego em uma de minhas noites....
Deixo-se tonta, só de olhar.
Meus olhos mudam, sabia ?
Dilatam-se minhas pupilas...
Até tua alma eu posso enxergar.

Ah! tu que gozas de tamanho desejo...
Provoca em mim risos de dor.
Sentimento
E a ti, que deveras falso digo saudar...
Sabes, pois sempre te disse,...
Que beijar teu rosto nao me basta.
Sem graça.
E das três noites d teu jogo vil
Jamais me repeti igual...
Pois findaram-se minhas personagens.
E foi-se junto meu desejo.
Mentira.

Wednesday, September 20, 2006

A Solidão (e o Vento)

Talvez sentisse um pouco de medo, talvez apenas um receio inconsciente. Olhava-se no espelho, deslumbrado com tamanho poder e mistério. Nunca acreditara em tais besteiras...


Recuperou o controle, terminou de se aprontar. Via seu rosto extremamente pálido, manchado pelas lágrimas que vertiam sem parar. Nem se importou em lavar o rosto.

Caminhava já sem forças, em direção alguma. Até chegaria em seu destino, se persistisse. Mas sem duvida alguma, aquele era o modo mais longo. Simplesmente fascinava-o a idéia de nao precisar tirar as maos do bolso pra secar os olhos... o vento faria isto.

Sentou ao meio fio, cinco paradas mais distante do que devia ter ido. Viu seu onibus passar devagar, aguardando um sinal que nao foi feito. Viu também a sombra que o acompanhava, posicionar-se apressadamente, como se tivesse se perdido no caminho. Mas ali estava. Sobre ele. Pesava em seus ombros. Ele nem sequer se importava, era como se buscasse algo no fundo do poço, algo que seria necessário pra sair de lá. Talvez apenas um pouco de paz. E por pior que pareça, nada traz mais paz do que a tristeza...

As horas passavam, já nem contava mais os onibus que havia perdido. Talvez já fosse hora de voltar... Ergueu-se com esforço, seguiu novamente seu caminho a pé. Seus cabelos, já colados em seus rosto pelas lágrimas, eram agora suavemente penteados pela brisa. Ah!, tao delicada me parecia, que cheguei até a invejar. Como se fora uma mulher, enamorada de seus cabelos... que já nao tinha olhos pra mais ninguem. Era como se a brisa, estivesse apenas para ele. Sorria e sentia-se mais forte. Brilhante maneira de amenizar a dor: passear confortavel, tendo como unica companheira, a solidão (e o vento).

Tuesday, September 12, 2006

Ela passou por mim, nas escadas... - Está atrasada! Não vai conseguir entrar. Disse eu. Ela sorriu, passou. Desci, comprei água. Logo ela voltou, com um sorriso apertado:
- Praga tua! brincou, dando um tapa de leve em meu ombro.
- Praga nada. Eu tinha acabado de chegar também.
- E por que não me disse ? Respondeu meio sem graça...
Eu cheguei perto pra cumprimentá-la. Dei um beijo em seu rosto... sua mão pousou em minha barriga. A minha, na dela... Seria bem normal, não fossem tantos poréns. Ela sempre fazia isso. Costumava segurar forte na minha cintura... Suas mãos sempre pareciam me queimar. Eu, por minha vez, segurava-a por algum tempo. As vezes, abraçava-a pela cintura com as duas mãos, de modo que ela ficava bem próxima. O suficiente pr'um beijo. Adorava a sua barriga.
- Então... Como tu tá ? Disse ela, sentando em um dos bancos do bar do colegio.
- Quer um pouco ? Disse eu, ignorando totalmente a pergunta. Ela sorriu... Tomou um gole de água e disse: - Nós podiamos fazer algo juntos qualquer dia desses, né ?...
Eu já não suportava mais. O tempo todo evitei seus olhos. Mas eles haviam me capturado. Havia sentado meio de lado pra ela. Sabia que não poderia resistir ao olhar de Nicole. Talvez até pudesse!, mas não naquele momento.
- Nós podemos fazer algo hoje. Encaixei meu corpo por entre suas pernas, sentadas naqueles bancos altos do bar. Minhas mãos caçaram sua barriga. A beijei com força, como sempre fazia. Ainda estava com os lábios umidecidos pela água que tomara... Antes de beijá-la pude ainda notar, ela abrindo um sorriso satisfeito, como quem pesca um peixe grande em pouco tempo... como quem marca um belo gol sem muito esforço...
Essa era Nicole. Quem me ensinou o poder de um belo olhar. Alguem que eu desejava tanto quanto eu desprezava.

Thursday, September 07, 2006

- Existe em mim um ser... uma força... uma energia. Dela provém minha coragem, minha esperança, minha base. Este ser não é conciente. Endógeno de meus segredos. Nascido de meu rancor, meus medos. Postou em minha mente indulgência. Não para outrem, mas para mim mesmo. Fez-me ressurgir de súbito. Tíbio e entorpecido. Talvez impavido e sublime... Este ser, provém-me dores, amores e poesia...


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E tu? Demérito teu sangrar em vão. Fostes a água da sede alheia!, mesmo de teu inimigo. E nao foi em um só nome. Crê que tuas benção lhe serão de alguma valia ? Posta-te erguido, homem! Teu destino só cabe a ti riscar. Luta as tuas lutas, e não fraqueja! Ao menos diante teu irmão, que segue teu exemplo a risca! Sejas sempre o guerreiro que foram teus antepassados. Sejas sempre um guerreiro.